O campanólogo
Minha paixão por sinos começou em meados de 1979.
Tinha 5 anos de idade e morava no número 161 da avenida Doutor José Higino, no bairro da Mooca, em São Paulo.
Da porta de casa, podia-se avistar a face frontal da torre da igreja São Pedro Apóstolo.
Certa vez, atraído pelo belo som melódico de seus sinos, fui até a porta, olhei para a janela da torre, e ali permaneci, ouvindo a melodia e contemplando os movimentos de um dos sinos que soavam.
Naquele momento me senti muito bem, uma sensação de prazer e alegria.
Para mim, aquela fusão entre som e imagem era uma bela obra de arte onde os movimentos do sino pareciam dar vida à torre.
Logo esta contemplação se tornou minha maior diversão, e esta diversão virou rotina.
Sempre, momentos antes dos sinos começarem a soar, eu já estava à porta, olhando fixamente para a torre e aguardando o início do espetáculo.
De domingo então, era uma festa, pois eram realizadas 3 missas no período da manhã, sempre anunciadas pelo som dos sinos, e assim sendo, eu tinha diversão garantida.
Naquele tempo, houve também um período que guardo com muito carinho em que pela manhã, bem cedo, minha mãe me levava ao lado da torre e esperava comigo pelo dobrar dos sinos.
Ali, ao lado da torre e junto a minha mãe, eu podia observar o movimentar dos sinos por um ângulo diferente. Agora pela janela lateral direita da torre, tendo assim uma nova imagem e o som mais intenso.
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